População do distrito de Cascavel pàra rodovia em protesto na
Chapada Diamantina. Durante a manifestação, onde havia três viaturas da
Polícia Militar, um carro foi tomado de assalto há poucos quilômetros do
local. Moradores afirmam que tem ocorrido pelo menos um roubo cada dois
dias centenas de pessoas do distrito de Cascavel, município de Ibicoara
(500 km da capital), interditaram a BA-142 durante pelo menos três
horas, na tarde desta sexta-feira (21). Os manifestantes, que caminharam
por quatro quilômetros no asfalto, exigiam melhoria na Segurança
Pública, sinal de celular e de TV aberta e atenção do Poder Público. Com
uma população aproximada de 10 mil habitantes, responsável por cerca de
70% do Produto Interno Bruto (PIB) e quase 80% dos empregos do
município, o distrito de Cascavel vem, há pelo menos seis anos, se
mobilizando em busca de emancipação política. Não houve registro de
qualquer incidente ou conflito, mas na sede do município, há 23 km,
grande parte do comércio e das empresas, também os órgãos públicos,
fecharam as portas durante a tarde, pois havia o temor de que os
manifestantes rumassem para a cidade. Já em Cascavel e suas quatro
comunidades vinculadas ao distrito, todos os estabelecimentos comerciais
foram fechados ao meio-dia, já que os comerciantes participaram da
manifestação.
Como medida ecológica, a organização do protesto decidiu
fazer uma passeata no asfalto, ao invés de queimar pneus. A pista foi
liberada por volta das 17h30 e chegou a registrar um engarrafamento de
pelo menos dez quilômetros (nos dois sentidos), principalmente de
caminhões que transportam os produtos agrícolas das diversas fazendas da
região (maior produtora de batata inglesa do Norte/Nordeste), também de
ônibus que transportam os mais de 3 mil funcionários das fazendas. Em
Cascavel, um dos principais polos de produção agrícola da Bahia, estão
instaladas, entre outras, as fazendas Bagisa S.A, Progresso , Lavoura e
Pecuária Igarashi e a fábrica KNT Hortus (indústria de beneficiamento e
congelamento de batata inglesa para fritura). Mesmo com essa
concentração de riquezas do agronegócio, a região não dispõe de posto
policial funcionando, sinal de telefonia celular, nem mesmo sinal aberto
de televisão, que chega apenas para quem tem parabólica ou TV a cabo.
“Vivemos sob uma enorme incoerência. Produzimos grande parte da riqueza
da Bahia e sequer temos um policial para dar o mínimo de segurança no
distrito. Sem contar que o cidadão comum não tem acesso ao básico em
comunicação, saúde e diversos outros serviços públicos”, declarou o
administrador de empresas Gilmadson Cruz de Melo, 54 anos, que mora há
35 anos em Cascavel. Roubos e furtos são quase diários na região além do
Fiat Uno tomado de assalto por volta das 15 horas de ontem, na
localidade chamada de Cerqueira (sete km do local do protesto), vários
outros roubos e furtos ocorreram nos últimos dias: “A lotérica foi
assaltada a mão armada, também o Comercial Casa da Carne, a JC Adubos e
Grãos passou por arrombamento e furto, no interior da Fazenda Igarashi
houve um assalto com tentativa de estupro contra a esposa de um
funcionário, na propriedade do comerciante Jaime Pereira Bispo ladrões
mataram um boi e o desossaram no local. São diversas ocorrências que dá
pra passar o dia enumerando”, informou o designer gráfico Osvaldo Neto,
filho e morador de Cascavel. Ao fim do protesto, o tenente Francisco
Sousa, enviado pelo comando da 34 CIPM (Brumado) para liderar o
policiamento na manifestação, se reuniu com as lideranças comunitárias e
agendou uma reunião para a próxima segunda-feira, em Cascavel, para
tentarem buscar soluções para o problema da segurança pública. O ato
terminou no escurecer do dia, com a multidão fazendo uma oração na praça
central de Cascavel. Informações Brumado Verdade
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