
“No dia da consulta, recebi uma notícia que mudou minha vida, pois o médico, diante de uma mamografia antiga e uma outra feita dias antes, disse que eu deveria estar presa por ter carregado durante aquele tempo um tumor maligno, chamado câncer”, relata.
Casos como o da empresária baiana são mais comuns do que se imagina. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo mais frequente em todo o mundo e o mais comum entre as mulheres. Este ano, a expectativa do Inca é que 52.680 novos casos sejam encontrados no país. Na Bahia, a estimativa é de 2.110 novos casos, enquanto em Salvador a estimativa aponta para 810 casos.
O assunto é tema de um movimento mundial chamado Outubro Rosa, que tingiu monumentos da capital baiana com a cor, além de trazer para a Bahia o 17º Congresso Mundial de Mastologia, considerado o mais importante na área e que discutiu, neste final de semana, inovações para o tratamento do câncer.
Entre as novidades está uma técnica de radioterapia que substitui as 25 sessões atuais por apenas uma, realizada após a cirurgia para retirada do tumor. De acordo com o mastologista Marcos Nolasco, a técnica desenvolvida na Itália consiste na colocação de uma placa de chumbo abaixo das mamas, protegendo o coração e o pulmão, que recebe uma dose maior de radiação de forma direta, quando o tórax ainda está aberto em virtude da cirurgia.
“São muitas as vantagens do método, como o fato de eliminar o tempo das sessões, permitindo que a paciente se recupere da cirurgia e do tratamento ao mesmo tempo”, explica. A outra vantagem apontada é que a dose única se insere no tripé do tratamento contra o câncer que consiste na cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
O especialista destaca que, embora tenham um custo alto, algumas adaptações já começam a ser realizadas na Bahia com o intuito de baratear os custos. Uma dessas adaptações consiste em realizar as cirurgias em períodos da semana em que o equipamento tradicional, disponibilizado nas entidades públicas, possa ficar à disposição de um único paciente. “Todas essas experimentações estão muito recentes, mas confiamos que novas estratégias e investimentos possam baratear os custos, tornando mais acessível para a população”, completa.
Além da técnica italiana, o congresso mostrou outras novidades, como a mamografia em terceira dimensão, que amplia a visão dos profissionais da área sobre a mama, facilitando, inclusive, o diagnóstico naquelas mamas mais densas, que costumam esconder tumores no exame convencional.
Informações
Para Marcos Nolasco, tão importante quanto as novidades científicas e tecnológicas é a disseminação de informações sobre a doença e a detecção precoce. “Com o envolvimento da sociedade como um todo, a ameaça do câncer de mama fica mais fácil de ser vencida”, pontua Nolasco.
Para Marcos Nolasco, tão importante quanto as novidades científicas e tecnológicas é a disseminação de informações sobre a doença e a detecção precoce. “Com o envolvimento da sociedade como um todo, a ameaça do câncer de mama fica mais fácil de ser vencida”, pontua Nolasco.
Com uma opinião parecida, o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Carlos Ruiz, reforça a postura de que a detecção precoce e a informação formam as bases para vencer o câncer. “Sabemos que boa parte das mulheres evita os exames e o tratamento porque associam o câncer de mama ao sofrimento, à mutilação e à morte. É preciso que se diga e mostre que existe sim vida com qualidade durante o tratamento e que ele pode significar a cura”, ressalta.
Foram essas informações e o tratamento que salvaram a empresária Maria Conceição. Ela conta que a orientação do médico e o apoio da família fizeram todo o diferencial. “Meu filho havia lido que as pessoas que têm motivos para viver lutam mais contra a doença e, pensando nisso, ele me deu uma neta, que era um sonho acalentado, depois me fizeram acreditar que eu poderia superar e superei”, diz.
Foram essas informações e o tratamento que salvaram a empresária Maria Conceição. Ela conta que a orientação do médico e o apoio da família fizeram todo o diferencial. “Meu filho havia lido que as pessoas que têm motivos para viver lutam mais contra a doença e, pensando nisso, ele me deu uma neta, que era um sonho acalentado, depois me fizeram acreditar que eu poderia superar e superei”, diz.
Ela relata que o medo quase a fez desistir do tratamento, mas o médico mostrou que era possível tratar e encontrar a cura. “Hoje, tenho prazer em dar meu testemunho e lembrar daquelas palavras que ouvi durante o processo de tratamento. Para curar, você tem que ter fé, vontade de viver e tratamento adequado”, diz.
Sintomas
O câncer de mama, geralmente, não causa dores e se desenvolve de forma silenciosa, daí a importância do autoexame para identificar qualquer alteração ou a presença de caroços (nódulos), dos exames feitos nas consultas ginecológicas e da mamografia anual após os 40 anos.
O câncer de mama, geralmente, não causa dores e se desenvolve de forma silenciosa, daí a importância do autoexame para identificar qualquer alteração ou a presença de caroços (nódulos), dos exames feitos nas consultas ginecológicas e da mamografia anual após os 40 anos.
Em alguns casos, podem surgir alterações na pele da mama, como achatamentos ou entradas na pele, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco.
Embora o fator genético responda por apenas 10% dos casos, mulheres com história familiar de câncer de mama possuem maior risco de desenvolver o câncer. Esse público deve ser acompanhado por um profissional de saúde a partir dos 35 anos.
As informações são do Correio
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